"Centenárias", Ep. 3: o casarão do Bairro Floresta

Há casas que mais parecem poesia do que propriamente algo concreto. Embora solidamente incrustadas no espaço urbano, conseguem manter, frente e verso, sintonia fina entre tempo e arquitetura, harmonia delicada do interior ao jardim e segredos revelados passo a passo. No Bairro Floresta, na Região Leste de Belo Horizonte, uma residência na Rua Célio de Castro esquina com Jacuí rima beleza com história e preservação. Certo de que deixava uma obra para o futuro, o construtor-poeta assinou e datou embaixo, na verdade, em cima, pois é no alto das fachadas que se avistam marcas importantes do imóvel.

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Na Rua Célio de Castro, pode-se ver o ano de edificação – 1911 –, enquanto no lado da Jacuí estão as iniciais PM. Antes que se imagine o local servindo à Polícia Militar ou a alguma empresa, Cláudia Oliveira, uma das herdeiras da casa centenária, explica: “O construtor foi meu bisavô, Pedro de Carvalho Mendes, pernambucano que veio trabalhar na comissão construtora de Belo Horizonte, chefiada pelo engenheiro Aarão Reis (1853-1936). Portanto, o P é de Pedro, o M, de Mendes”.

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