Macron e Sissi: Falou-se muito de negócios e pouco de direitos humanos

  • há 7 anos
Em Paris, o encontro entre os presidentes de França, Emmanuel Macron, e do Egito, Abdel Fattah al-Sissi, serviu sobretudo para falar de negócios – sobretudo de armamento, com a venda de 24 aviões de combate, uma fragata, dois porta-helicópteros e mísseis, que em dois anos totalizaram já seis mil milhões de euros. Apesar das muitas pressões da opinião pública, o inquilino do Eliseu não falou de direitos humanos, até porque Macron não quer dar lições.

“Acredito na soberania dos Estados, por isso, tal como não aceito lições de outros líderes sobre como governar o meu país, também não quero dar lições aos outros”, disse Macron.

Sissi nega que se esteja a esquivar ao tema dos direitos humanos: “Queremos que percebam esses temas no contexto de um país com as condições do Egito. Não estamos na Europa, com as condições de desenvolvimento intelectual, cultural e civilizacional que há aqui. Estamos numa outra região”, disse o presidente egípcio.

As ONG falam da pior situação de direitos humanos vivida no Egito em décadas, mais de seis anos depois da queda do regime de Mubarak. Entre as acusações estão as sentenças de morte contra opositores, a existência de presos políticos, incluindo vários jornalistas e a repressão dos homossexuais. Os Repórteres Sem Fronteiras assinalaram a visita com uma manifestação na Praça da Concórdia.

Nous dénonçons les actes du président égyptien Sissi, l’homme qui veut momifier les journalistes https://t.co/CbZTzFdXXI #PressFreedom pic.twitter.com/HqwhzaMOIp— Christophe Deloire (@cdeloire) October 24, 2017

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