Portugal acusa Guiné-Bissau de "atentado à liberdade de imprensa"

  • há 7 anos
A Guiné-Bissau anunciou a suspoensão das atividades no país de três meios de comunicação social estatais portugueses: a RTP, a RDP e a agência Lusa.

O ministro da Comunicaç[ao Social guineense, Vítor Pereira, comunicou que as atividades dos três órgãos de comunicação seriam suspensas à meia-noite (01:00 hora da manhã em Lisboa).

O ministro guineense alegou caducidade do acordo de cooperação no setor da comunicação social assinado entre Lisboa e Bissau e explicou que a suspensão dos três meios de comunicação social portugueses se manterá até que o governo de Lisboa abra negociações para a assinatura de um novo acordo.

Governo da Guiné-Bissau anuncia suspensão das atividades da Agência Lusa, RTP e RDP— Agência Lusa (@Lusa_noticias) 30 de junho de 2017

Através de um comunicado dos Ministérios dos Negócios Estrangeiros e da Cultura (que tutela a imprensa portuguesa), o governo português classifica a decisão unilateral da Guiné Bissau como “um atentado à liberdade de expressão e à liberdade de imprensa” e considera “este tipo de ultimatos inaceitável, especialmente quando se trata de dois países ligados por laços tão estreitos, como Portugal e a Guiné-Bissau”.

E qual é o ultimato?

O ministro Vítor Pereira adiantou que caberá aos responsáveis dos três órgãos de comunicação social portugueses a gestão concreta dos recursos no terreno, mas deixou claro que “a decisão de suspensão das atividades é explícita” por parte do governo da Guiné-Bissau.

A suspensão das atividades, acrescentou o ministro, não tem qualquer relação com os conteúdos que os três órgãos difundem mas salientou que Bissau considera que é necessário “revisitar e renegociar” as condições do acordo de cooperação, celebrado há 20 anos.

NOTICIAS AO MINUTO:GOVERNO DA GUINÉ-BISSAU SUSPENDEU ATIVIDADE DA RTP, RDP E AGÊNCIA LUSA NO PAÍS https://t.co/RKXINqCg75 pic.twitter.com/lqDpLCDZqu— Guiné-Bissau (@guineendade) 30 de junho de 2017

Desde a assinatura do acordo no domínio da comunicação social entre os governos de Bissau e Lisboa, ocorreram mudanças na sociedade e no panorama da própria comunicação social, explicou Vítor Pereira.

O governante explicou que, desde há 14 anos, Bissau tem tentado sentar-se à mesa das negociações com o governo português, mas “sem sucesso”.

“Perante o insistente silêncio que para nós se traduz em manifesta falta de vontade política da parte portuguesa, no dia 01 de junho de 2017, foi enviada com carater de urgência, uma nova carta ao ministro da comunicação social de Portugal, onde não só se elencam os motivos da proposta de suspensão das actividades da RTP na Guiné-Bissau, como também se propõe a data limite de 30 de junho para esse efeito”, salientou Vítor Pereira.

O ministro guineense disse que não teve qualquer resposta da parte portuguesa à carta pelo que manteve a decisão de suspender a atividade das empresas portuguesas. “Infelizmente todos os nossos esforços tiveram como resposta um preocupante e injustificável silêncio da parte portuguesa”, refe

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