Brexit: Expatriados britânicos temem perda de benefícios sociais
  • há 7 anos
Theresa May passou a participar em apenas metade do programa das cimeiras da União Europeia, porque na outra metade se fala sobre o Brexit e em como fortalecer a União.

Aconteceu na última reunião em Bruxelas e, esta sexta-feira, em La Valletta, capital de Malta. Desta vez, a primeira-ministra britânica está respaldada pelo seu Parlamento, que deu luz verde para que invoque o artigo 50 do Tratado da União Europeia em breve.

Os seus homólogos esperam negociações duras, até porque a governante disse que seria melhor não ter qualquer acordo a ter um acordo mau para o Reino Unido.

À euronews, Joseph Muscat, primeiro-ministro de Malta (país que preside rotativamente à União), disse “compreender que Theresa May queira posicionar-se dessa forma no início das negociações”.

“Quando se negoceia, é absolutamente necessário transmitir a mensagem de que não se está numa situação de vida ou de morte”, acrescentou.

O enviado da euronews a Malta, James Franey, explica que “falar do Brexit em Malta é, de certa forma, muito simbólico. O país tornou-se independente do Reino Unido em 1964”.

“Atualmente, 12 mil britânicos vivem aqui e são a maior comunidade estrangeira do país. O clima e a comida são melhores. E os expatriados britânicos não têm de se dar ao trabalho de aprender uma língua estrangeira já que o Inglês é uma das línguas oficiais”, referiu ainda.

Um reformado da Força Aérea britânica, que vive há mais de 20 anos em Malta, refletiu sobre as implicações do Brexit para a comunidade de expatriados.

Colin Pilling diz que “uma das principais coisas que diria ao governo é que tem de cuidar dos interesses das comunidades de expatriados britânicos e dos expatriados de outros países que vivem no Reino Unido. Não queremos que fiquem em risco os acordos bilaterais em matéria de pensões, cuidados de saúde e de outros benefícios que usufruímos aqui. Essa é uma das nossas principais preocupações”.

Outro expatriado, David Thomas, referiu que “as pensões e os cuidados de saúde são um problema. Seria bom chegarmos a um acordo com a União Europeia para que os britânicos que vivem nos Estados-membros lá possam permanecer e que o mesmo se aplique às pessoas dos Estados-membros que vivem no Reino Unido”.

Preocupações que vão ser negociadas por muitos meses, sobretudo em Bruxelas, bem distante da ensolarada Malta.

Até ao final de março deverá ser formalizado o pedido de saída do país que faz parte do projeto europeu há mais de 40 anos.
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