União da Energia poderá limitar acesso das energias renováveis
  • há 7 anos
A Comissão Europeia poderá abandonar a regra que dá acesso prioritário à energia de fontes renováveis nas redes elétricas.

A medida está no rascunho do novo pacote legislativo sobre a União da Energia para 2030, a apresentar quarta-feira, e preocupa os ambientalistas.

Tara Connolly, representante do Greenpeace, disse à euronews que “se não tivermos essa regra, os operadores das redes elétricas poderão dar prioridade à energia de outras fontes, tais como o nuclear e o carvão, e deixarão de ter incentivos para resolver os problemas que impedem um maior acesso das fontes renováveis à rede”.

Os ativistas também temem que o pacote não seja suficiente para fazer a transição para uma economia de baixo carbono e pediram maior ambição, por exemplo, na percentagem de energia com origem em medidas de maior eficiência.

Brook Riley, dos Amigos da Terra, explicou que “se a meta passar para 40%, vão ser salvas quase 250 mil vidas, até 2030, porque se evitam mortes prematuras devido à má qualidade do ar. Também vamos poder criar no setor centenas de milhares de postos de trabalho”.

Do lado positivo, tanto os ambientalistas como a associação europeia dos industriais de eletricidade (Eurelectric) apoiam a ideia da Comissão Europeia de permitir que mais cidadãos produzam e vendam energia.

Mas a indústria pede menos interferência dos poderes executivos.

O secretário-geral da Eurelectric, Hans Ten Berge, referiu que “devemos acabar com todos os subsídios e interferências no mercado para se poder competir, seja com os painéis solares, incineração ou as baterias, e fornecer a melhor solução económica para os cidadãos”.

“Isso não pode ser feito nos escritórios de Bruxelas, pelos políticos. Tem de ser decidido pelos consumidores”, acrescentou.

O pacote legislativo visa reforçar a segurança do fornecimento energético da União Europeia, respeitando os compromissos para reduzir a poluição no âmbito do Acordo de Paris sobre Alterações Climáticas.
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