Alemanha: Refugiados candidatos a heróis pela captura de suspeito de terrorismo

  • há 8 anos
A insólita captura de Jaber Al-Bakr, um refugiado sírio de 22 anos suspeito de estar a preparar um atentado em Berlim e que era procurado há já algum tempo na Alemanha, poderá valer a condecoração como heróis nacionais a três outros refugiados sírios acolhidos no país por terem entregado às autoridades o suposto terrorista.

Essa é, pelo menos, a intenção de alguns políticos germânicos. O especialista de defesa do Partido Social Democrata (SPD), Johannes Kahrs, defendeu que “os jovens fizeram por merecer a Cruz de Mérito Federal”. O ministro do Interior germânico, Thomas de Maiziere, concorda que a ajuda dada às forças de segurança, para além de terem posto em risco a própria vida, faz com que mereçam “um total reconhecimento e apreciação.”

Um dos heróis falou, entretanto, ao canal de televisão alemão RTL. Por motivos de segurança, pessoais e familiares, o refugiado sírio manteve-se anónimo, tendo sido identificado pela estação como “Mohamed A.”. “(No domingo de manhã) após termos ido uma piscina, descobrimos pelo Facebook que ele era procurado pela polícia. Quando voltámos ao apartamento, amarramo-lo e chamámos a polícia”, relatou.

Para o amarrarem, os três refugiados sírios recorreram a extensões elétricas. Após imobilizarem o suspeito, relatou “Mohamed”, tiveram de ultrapassar a dificuldade de explicar à polícia o que tinham feito por não falar alemão.

Primeiro, pelo telefone, depois com “Mohamed” a deslocar-se mesmo a uma esquadra. “Demorei algum tempo a explicar o que se passava. Somente quando lhes mostrei a fotografia dele amarrado é que a polícia percebeu o que se passava e foi ao apartamento prende-lo”, contou.

O candidato a herói na Alemanha relatou ainda que Jaber Albakr tinha numa mochila uma faca e dinheiro — mil euros mais 200 dólares: “Ele tentou subornar-nos para que o libertássemos, mas dissemos-lhe que não o soltávamos, fosse qual fosse a quantidade de dinheiro que ele nos pagasse.”

“Mohamed” justificou a recusa do suborno com a enorme gratidão que tem para com a Alemanha, pela forma como foram acolhidos, e por isso não podiam deixar o compatriota fazer mal aos alemães.

Recomendado