TPI condena jihadista por destruição de monumentos no Mali

  • há 8 anos
O Tribunal Penal Internacional condenou pela primeira vez um jihadista por destruição de património religioso e cultural.

O Tuarege Ahmad Al Faqi Al Mahdi foi condenado a nove anos de prisão pela destruição de 10 monumentos religiosos durante a ofensiva islamista no norte do Mali em 2012.

#ICC Judges find Mr #AlMahdi guilty and sentence him to 9 years’ imprisonment #warcrime #Timbuktu #Mali pic.twitter.com/ztJULT7jfG— Int’l Criminal Court (@IntlCrimCourt) September 27, 2016

O antigo líder do grupo Ansar Dine, aliado da Al-Qaida, reconheceu as acusações, depois de ter apresentado desculpas por, segundo ele, ter “cedido à manipulação de grupos jihadistas”.

Uma confissão tomada em conta pelo tribunal, que decidiu condenar o ex-porta-voz do grupo armado à pena mais baixa reclamada pelo procurador.

“Tendo em consideração a sua relutância inicial em cometer o crime e os passos que tomou para limitar os estragos, o bom comportamento na prisão, este tribunal condena-o a 9 anos de prisão”, afirmou o juíz Raul Pangalangan.

Al Mahdi tinha liderado a chamada “Hisbah”, a brigada dos costumes, responsavél pelo ataque contra nove mausoléus e a porta de uma mesquita em Tumbuctu, classificados património da humanidade pela UNESCO.

#ICC press release on #AlMahdi #verdict and #sentence https://t.co/vNSMnX6so2 pic.twitter.com/4mZATi5umE— Int’l Criminal Court (@IntlCrimCourt) September 27, 2016

A sentença não toma em conta, no entanto, os restantes crimes contra a humanidade atribuídos à brigada islamita, entre tortura, violações e escravidão sexual das mulheres de Tumbuctu.

O processo inédito ocorre num momento em que os grupos jihadistas são acusados de outros ataques contra o património histórico, na Síria e no Iraque, dois países que estão fora da competência do TPI, por não serem signatários do Estatuto de Roma.

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