Luxemburgo sugere expulsão da Hungria da União Europeia
  • há 8 anos
A três dias de uma cimeira sobre o futuro da União Europeia (UE), o chefe da diplomacia do Luxemburgo defendeu a suspensão, ou mesmo expulsão, da Hungria.

Jean Asselborn disse ao jornal alemão Die Welt que “não podemos aceitar que os valores essenciais da UE sejam tão seriamente violados. Aqueles que, como a Hungria, constroem muros contra os refugiados da guerra, que violam a liberdade de imprensa ou a independência da justiça, deveriam ser temporariamente, ou até mesmo definitivamente, excluídos da UE”.

O homólogo húngaro, Peter Szijjarto, foi rápido na resposta, dizendo que “Jean Asselborn insultou gravemente a Hungria e o povo húngaro. Ele parece estar muito frustrado com a situação atual na Europa e muito frustrado com o fato de ter abandonado, há muito tempo, o grupo de políticos que podem ser levados a sério. Simplesmente, não é uma pessoa séria”.

Além de ter construído uma vedação com a Sérvia e a Croácia para travar os refugiados; a Hungria realiza, a 2 de outubro, um referendo contra o sistema de quotas de refugiados proposto pela Comissão Europeia.

Regras do Tratado da UE sobre expulsão

Esta política anti-imigração da Hungria é considerada inaceitável pelo ministro dos Negócios Estrangeiros luxemburguês.

“As pessoas que estão a fugir da guerra estão quase a ser tratadas pior do que animais selvagens”, disse Asselborn, acrescentando que “a Hungria não parece longe de emitir uma ordem para disparar contra refugiados”.

O governante do Luxemburgo afirmou, ainda, que líderes como Orban estão a manchar a reputação da UE, dando a impressão que o bloco já não vive de acordo com os valores que defende no palco internacional.

Asselborn pediu, por isso, medidas nos tratados da UE que permitam facilitar a suspensão de Estados-membros, que deveria deixar de implicar um voto unânime como acontece agora.

O ministro dos Negócios Estrangeiros alemão, Frank-Walter Steinmeier, rejeitou esta proposta, num comentário durante uma conferência de imprensa em Riga (Letónia).

Steinmeier disse entender que alguns países da UE “possam impacientar-se com a Hungria” pela sua política restritiva no auge da crise dos refugiados, mas sublinhou que pessoalmente não apoia “que se feche a porta a alguém” por esse motivo.
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