Guerra ao uso do "burkini" islâmico acentua-se nas praias de França

  • há 8 anos
Depois de Cannes, o uso do já famoso “burkini” foi agora também proibido pelo presidente da Câmara de Sisco, na ilha francesa da Córsega, onde no passado sábado uma rixa entre jovens locais e famílias oriundas do norte de África terá tido origem nesta peça islâmica de vestuário balnear.

De acordo com as novas informações, o caso ocorrido na praia de Cap Corse terá sido espoletado quando membros de três famílias muçulmanas residentes em Lupino se terão revoltado ao final da tarde contra turistas que tiravam fotografias daquela zona balnear, a norte da cidade de Bastia.

“Sentindo-se visadas pelas objetivas, as pessoas de origem magrebina acusaram os veraneantes de estarem a fotografar as respetivas mulheres, que usavam véus e tomavam banho envergando jelabas e ‘burkinis’, e acabaram por atirar pedras aos turistas”, contou uma testemunha, citada pelo jornal francês Le Point.

Donc, le #burkini importerait une violence culturelle en Corse…#Sisco pic.twitter.com/2Zh3AkX6kX— Bob le Centriste (@BobLeCentriste) 15 de agosto de 2016

Sisco pertence ao departamento francês da Alta Córsega, situa-se no norte da ilha francesa e a sudeste de Cannes, já no continente, onde no sábado um tribunal francês deu provimento à proibição municipal do uso na praia pelas muçulmanas do “burkini”, a peça de vestuário que assimila um fato de banho e o tradicional véu com que as mulheres islâmicas estão obrigadas a cobrir a quase totalidade do corpo.

#Rixe de #Sisco : une enquête pour faire la lumière sur des “faits intolérables” https://t.co/Mqub6JkoJe pic.twitter.com/XDZ6aTFj8l— Corse-Matin (@Corse_Matin) 15 de agosto de 2016

Conservadores alemães querem banir véu integral
Na Alemanha, por outro lado, está em curso uma campanha contra o uso da burca ou do véu integral. Os jornais Bild e Die Welt são alguns dos que têm dado eco desta campanha iniciada por alguns políticos conservadores após os atentados ocorridos em julho na Alemanha.

O ministro alemão do Interior, Thomas de Maizière, apresentou no final da semana passada algumas novas medidas antiterrorismo, mas deixou de fora esta proibição dos vários véus islâmicos por considerar não ser apropriada. Em Portugal, foi também lançada uma petição na internet para abolir o uso da burca e do niqab, mas sem grande aderência.

Proibir o uso da burca e niqab em Portugal https://t.co/zZTQU4fAQ9— Jose Valverde (@valverdejose) 30 de julho de 2016