"Visa for Music": uma plataforma para a música de África e do Médio Oriente
  • há 9 anos
A primeira edição da Feira Internacional Visa for Music abriu as portas em Rabat, em Marrocos.

O evento define-se como uma plataforma para a música de África e do Médio Oriente.

Os organizadores pretendem desenvolver o mercado artístico regional e aprofundar as relações entre os artistas, os produtores e as editoras do continente africano.

Um dos grandes objetivos da feira é apresentar o trabalho dos músicos.

Na noite de abertura, o marroquino Azziz Sahmaoui apresentou o novo álbum.

“Temos tendência a esquecer que há mil milhões de pessoas em África. Trata-se de uma bela dinâmica artística. Ao nível da música, trata-se de um continente extremamente rico. Penso que é possível desenvolver em África uma plataforma interessante. Não é necessário passar sempre pela Europa e pelos Estados Unidos para manter o contacto com os nossos próprios artistas”, sublinhou Brahim El Mazned, diretor e fundador do Visa for Music.

Os participantes foram convidados a assistir ao concerto dos Alle’s Tones. O grupo do Benin procura apoios para realizar digressões internacionais.

“Todos os anos recebo convites, às vezes com as deslocações pagas. Mas é preciso que haja estruturas de financiamento para poder aceitar os convites. Quando solicitamos apoio, a resposta nem sempre é favorável. Não conseguimos avançar. Esse é o nosso maior problema”, disse o músico Tohossoussi Codjo Samson.

Os participantes dançaram ao som dos “N3rdistan”, um grupo nascido em Casablanca que já conquistou o público marroquino. A feira poderá ser uma abertura para outros mercados africanos.

Para que os participantes possam estabelecer o maior número possível de contactos, a feira marroquina organiza encontros entre os diferentes profissionais da indústria.

“Estamos contentes por participar no Visa for Music. Penso que é fantástico termos um mercado artístico no Norte de África”, disse Abdi Rashid Jibril, agente queniano.

Vários diretores de festivais elogiaram a plataforma Visa for Music.

“O evento é organizado de forma profissional. Cada um tem a possibilidade de se encontrar com outros participantes. Há concertos e speed-datings”, considerou Rania Elias-Khoury, diretora do Festival de Jerusalém.

“No campo da música do mundo, há muita oferta mas há muito trabalho para fazer. Penso que organizar eventos como este é uma ótima ideia”, sublinhou Hilde Björkum, diretora de um festival de música na Noruega.

“Sei que o Visa for Music tem boas ligações ao Médio Oriente e a África em geral. Estar aqui permite-me estabelecer contactos e, sobretudo, ver os concertos dos artistas”, disse Peter Hvackof, diretor do Festival Roskilde.

A feira foi a ocasião para conhecer a música dos libaneses Mashrou’ Leila, um dos grupos de rock mais badalados do mundo árabe.
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